segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Diversidade Religiosa


O Estado Brasileiro é laico. Isso significa que ele não deve ter, e não tem religião. Tem, sim, o dever de garantir a liberdade religiosa. Diz o artigo 5o, inciso VI, da Constituição: “É inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias.” A liberdade religiosa é um dos direitos fundamentais da humanidade, como afirma a Declaração Universal dos Direitos Humanos, da qual somos signatários. A pluralidade, construída por várias raças, culturas, religiões, permite que todos sejam iguais, cada um com suas diferenças. É o que faz do Brasil, Brasil. Certamente, deveríamos, pela diversidade de nossa origem, pela convivência entre os diferentes, servir de exemplo para o mundo. No Brasil de hoje, a intolerância religiosa não produz guerras, nem matanças. Entretanto, muitas vezes, o preconceito existe e se manifesta pela humilhação imposta àquele que é “diferente”. Outras vezes o preconceito se manifesta pela violência. No momento em que alguém é humilhado, discriminado, agredido devido à sua cor ou à sua crença, ele tem seus direitos constitucionais, seus direitos humanos violados; este alguém é vítima de um crime – e o Código Penal Brasileiro prevê punição para os criminosos.Invadir terreiros de umbanda e candomblé, que, além de locais sagrados de culto, são também guardiães da memória de povos arrancados da África e escravizados no Brasil; desrespeitar a espiritualidade dos povos indígenas, ou tentar impor a eles a visão de que sua religião é falsa; agredir os ciganos devido à sua etnia ou crença, mesmo motivo que os levou ao quase extermínio na Europa, durante a Segunda Guerra Mundial: tudo isto é intolerância, é discriminação contra religiões. É o contrário do que pretende o Programa Nacional dos Direitos Humanos. O Programa Nacional dos Direitos Humanos pretende incentivar o diálogo entre os movimentos religiosos, para a construção de uma sociedade verdadeiramente pluralista, com base no reconhecimento e no respeito às diferenças.



Religião ou CrençaNº de seguidores no Brasil
  
Igreja Católica Apostólica Romana124.980.132
Igreja Católica Ortodoxa38.060
Igreja Batista3.162.691
Igreja Luterana1.062.145
Igreja Presbiteriana981.064
Igreja Metodista340.963
Assembléia de Deus8.418.140
Congregação Cristã do Brasil2.489.113
Igreja Universal do Reino de Deus2.101.887
Igreja do Evangelho Quadrangular1.318.805
Igreja Deus é Amor774.830
Outros Penteconstais / Neopentecostais2.514.532
Igreja Adventista do Sétimo Dia1.209.842
Testemunhas de Jeová1.104.886
Mórmons199.645
Espiritismo2.262.401
Umbanda397.431
Budismo214.873
Candomblé127.582
Igreja Messiânica109.310
Judaísmo86.825
Tradições esotéricas58.445
Islamismo27.239
Crenças Indígenas17.088
Orientais (bahaísmo, hare krishna, hinduímo, taoísmo, xintoísmo, seicho-no-iê)52.507
Outras religiões41.373
Sem declaração / não determinadas741.601
Sem religião12.492.403

Experiência do Sagrado

“Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele, por sua origem ou ainda por sua religião. Para odiar, as pessoas precisam aprender; e, se podem aprender a odiar, podem ser ensinadas a amar.
(Nelson Mandela)



O sagrado se apresenta na vida e na história como o “totalmente outro”, aquele que está além da esfera do cotidiano, do compreensível, do familiar. É algo pleno de valor, que ultrapassa toda a capacidade de compreensão; possui um valor objetivo que impõe respeito por si mesmo.
Ao tentarmos definir o sagrado, a primeira definição que se impõe é a de que este se opõe ao profano. O sagrado se ca­racteriza pela ambigüidade, ou seja, as coisas e forças sagradas são ambíguas, pois são físicas e mo­rais, humanas e cósmicas, positivas e negativas, propícias e não-propícias, atraentes e repugnantes, favorá­veis e perigosas para as pessoas.
O sagrado é também relativo, isto é, algo pode ser sagrado para algumas pessoas e não ser para outras. Por exemplo, a vaca é um animal sagrado para os indianos, mas é um animal como os outros para as culturas ocidentais; a eucaristia é algo sagrado para os cristãos, mas é apenas um pão para outras culturas.